sábado, 25 de maio de 2013

Coracao Brasileiro

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ENTREVISTA
MERYI SAENZ PRADO



“AS PESSOAS NÃO ME COMPREENDIAM. EU QUERIA VOLTAR PARA A COLÔMBIA. FOI HORRÍVEL”

Após quatro anos e meio residindo no Brasil, a colombiana Meryi Saenz ainda se recorda das dificuldades que enfrentou, quando se mudou para a cidade de Salvador na Bahia em  2009.


por Bruna Esteves
Foto Bruna Esteves
           

O sotaque carregado na hora de falar, ainda demonstra que a estudante de jornalismo Meryi Saenz não se desfez completamente de suas origens. Mesclando o espanhol com o português, Meryi conta quais foram as suas expectativas, medos e conquistas vividas durante o processo de adaptação a uma nova cultura.
Com um sorriso estampado no rosto, relata a sua história para que todos saibam como é viver em um país totalmente diferente sociocultural, político e economicamente falando. 
 Nascida em Neiva-Huila na Colômbia, a estudante de 25 anos Meryi Saenz mora atualmente em Lauro de Freitas, Vilas e estuda Jornalismo na Faculdade Unijorge.



Bruna – O que sentiu quando descobriu que iria residir no Brasil?
Meryi – Eu fiquei na expectativa de como seria a cidade em que eu iria morar. Comecei a escutar música em português, pesquisar fotos na internet.

Bruna – Você já tinha uma noção de qual cidade seria?
Meryi – Primeiro, Aracaju (Sergipe) e depois Salvador (Bahia). Mas nunca pensei que a minha vida mudaria tanto.

Bruna – Mudar em que sentido?
Meryi – Senti muita saudade da minha cultura, dos meus costumes, das pessoas, da comida e do espanhol. As pessoas não me compreendiam. Eu queria voltar para a Colômbia. Foi horrível.

Bruna – Qual era a sua visão sobre o Brasil?
Meryi – Eu já tinha uma pequena noção, porque meu pai já trabalhava aqui. Então, sempre que chegava de ferias [do Brasil], me falava tudo sobre o país. O primeiro CD que ele levou para mim, foi Benito de Paula. Eu fiquei apaixonada pela musica “Mulher Brasileira”.

Bruna – O que mais te marcou?
Meryi – A luta pela documentação. Foi um processo longo e burocrático. Agora já é uma meta conquistada.

Bruna – Você esta cursando o quarto semestre de jornalismo. Quais são as suas metas para o futuro?
Meryi – Eu gostaria de trabalhar em uma empresa, dentro do setor de assessoria de comunicação. Eu também tenho sonho de fazer uma grande reportagem sobre a Colômbia.



Bruna – Pretende trabalhar aqui ou voltar para a Colômbia?
Meryi – Eu gostaria de voltar, mas eu prefiro ficar onde estejam as melhores oportunidades.

Bruna – No Brasil, quais são os seus ídolos na música, no esporte e no jornalismo?
Meryi – Gosto muito de Zeca Pagodinho, Seu Jorge, Alexandre Pires e Ivete Sangalo.  Em geral, os ritmos do axé e sertanejo. No esporte, sem dúvida alguma, Ronaldinho Gaúcho! Ele é meu grande ídolo! Já tive a oportunidade de conhecê-lo. Sou apaixonada por futebol.







Bruna – Se sente feliz vivendo aqui?
Meryi – Tudo foi muito difícil no início, pois não conhecia ninguém e também, não entendia o que as pessoas falavam. Mas, acho que com a minha família por perto, eu sempre fui e sou muito feliz. Hoje, o Brasil representa para mim e para a minha família, uma grande realização do qual, sempre vou agradecer.

Bruna – Apesar de morar em outro município, qual a sua opinião sobre a cidade de Salvador?
Meryi – Acho uma linda cidade, com uma cultura maravilhosa. Sempre que as pessoas me fazem essa pergunta, eu sempre digo que o que mais gosto de Salvador e do baiano, são as suas qualidades: amáveis e gentis.

Bruna – O que precisa ser mudado para que Salvador se torne uma cidade melhor?
Meryi – Acho que precisa de mais cultura nas pessoas e que os governantes se preocupem mais pela cidade para fazer de Salvador, uma cidade melhor. O Governo tem que investir mais em educação, fazer atividades nas ruas e que as pessoas tomem consciência do lugar maravilhoso que elas tem.

Bruna – Depois de tantos anos, como é a sua visão atual sobre o Brasil?
Meryi – Já é normal para mim. As pessoas já me compreendem melhor e eu também as compreendo, assim
como os costumes e o idioma. Eu me sinto uma brasileira (risos).


Aos sete meses de idade, Meryi jamais imaginou que um dia estaria cursando jornalismo na Unijorge em Salvador. Assim como nunca pensou em morar no Brasil.
Mas, pelo visto, estas novas experiências tem contribuído para o seu desenvolvimento e amadurecimento tanto pessoal quanto profissional futuramente. E, acima de tudo, para conhecer lugares diversos, fazer novos amigos e ampliar sua visão.

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