“AS PESSOAS NÃO ME COMPREENDIAM. EU
QUERIA VOLTAR PARA A COLÔMBIA. FOI HORRÍVEL”
Após quatro anos e meio residindo no Brasil, a colombiana Meryi Saenz
ainda se recorda das dificuldades que enfrentou, quando se mudou para a cidade
de Salvador na Bahia em 2009.
por Bruna Esteves
Foto Bruna
Esteves
O sotaque carregado na hora
de falar, ainda demonstra que a estudante de jornalismo Meryi Saenz não se
desfez completamente de suas origens. Mesclando o espanhol com o português,
Meryi conta quais foram as suas expectativas, medos e conquistas vividas
durante o processo de adaptação a uma nova cultura.
Com um sorriso estampado no rosto, relata a sua história para que todos saibam como é viver em um país totalmente diferente sociocultural, político e economicamente falando.
Nascida em Neiva-Huila na Colômbia, a estudante de 25 anos Meryi Saenz mora atualmente em Lauro de Freitas, Vilas e estuda Jornalismo na Faculdade Unijorge.
Com um sorriso estampado no rosto, relata a sua história para que todos saibam como é viver em um país totalmente diferente sociocultural, político e economicamente falando.
Nascida em Neiva-Huila na Colômbia, a estudante de 25 anos Meryi Saenz mora atualmente em Lauro de Freitas, Vilas e estuda Jornalismo na Faculdade Unijorge.
Bruna – O que sentiu quando descobriu que iria residir
no Brasil?
Meryi – Eu fiquei na expectativa de como seria a cidade
em que eu iria morar. Comecei a escutar música em português, pesquisar fotos na
internet.
Bruna – Você já tinha uma noção de qual cidade seria?
Meryi – Primeiro, Aracaju (Sergipe) e depois Salvador
(Bahia). Mas nunca pensei que a minha vida mudaria tanto.
Bruna – Mudar em que sentido?
Meryi – Senti muita saudade da minha cultura, dos meus
costumes, das pessoas, da comida e do espanhol. As pessoas não me compreendiam.
Eu queria voltar para a Colômbia. Foi horrível.
Bruna – Qual era a sua visão
sobre o Brasil?
Meryi – Eu já tinha uma
pequena noção, porque meu pai já trabalhava aqui. Então, sempre que chegava de
ferias [do Brasil], me falava tudo sobre o país. O primeiro CD que ele levou
para mim, foi Benito de Paula. Eu fiquei apaixonada pela musica “Mulher
Brasileira”.
Bruna – O que mais te
marcou?
Meryi – A luta pela documentação.
Foi um processo longo e burocrático. Agora já é uma meta conquistada.
Bruna – Você esta
cursando o quarto semestre de jornalismo. Quais são as suas metas para o
futuro?
Meryi – Eu gostaria de
trabalhar em uma empresa, dentro do setor de assessoria de comunicação. Eu também
tenho sonho de fazer uma grande reportagem sobre a Colômbia.
Bruna – Pretende
trabalhar aqui ou voltar para a Colômbia?
Meryi – Eu gostaria de voltar, mas eu prefiro ficar onde
estejam as melhores oportunidades.
Bruna – No Brasil, quais são os seus ídolos na música,
no esporte e no jornalismo?
Meryi – Gosto muito de Zeca Pagodinho, Seu Jorge, Alexandre
Pires e Ivete Sangalo. Em geral, os ritmos
do axé e sertanejo. No esporte, sem dúvida alguma, Ronaldinho Gaúcho! Ele é meu
grande ídolo! Já tive a oportunidade de conhecê-lo. Sou apaixonada por futebol.
Bruna – Se sente feliz vivendo aqui?
Meryi – Tudo foi muito difícil no início, pois não conhecia ninguém e também,
não entendia o que as pessoas falavam. Mas, acho que com a minha família por
perto, eu sempre fui e sou muito feliz. Hoje, o Brasil representa para mim e
para a minha família, uma grande realização do qual, sempre vou agradecer.
Bruna – Apesar de morar em outro município, qual a sua opinião
sobre a cidade de Salvador?
Meryi – Acho uma linda cidade, com uma cultura maravilhosa.
Sempre que as pessoas me fazem essa pergunta, eu sempre digo que o que mais
gosto de Salvador e do baiano, são as suas qualidades: amáveis e gentis.
Bruna – O que precisa ser
mudado para que Salvador se torne uma cidade melhor?
Meryi – Acho que precisa de mais
cultura nas pessoas e que os governantes se preocupem mais pela cidade para
fazer de Salvador, uma cidade melhor. O Governo tem que investir mais em
educação, fazer atividades nas ruas e que as pessoas tomem consciência do lugar
maravilhoso que elas tem.
Bruna – Depois de tantos
anos, como é a sua visão atual sobre o Brasil?
Meryi – Já é normal para
mim. As pessoas já me compreendem melhor e eu também as compreendo, assim
como os costumes e o idioma. Eu me sinto uma brasileira (risos).
Aos sete meses de idade, Meryi jamais imaginou que um dia estaria cursando jornalismo na Unijorge em Salvador. Assim como nunca pensou em morar no Brasil.
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