Por Maria Clara Lauton
Isabella Pallos Pinto |
Sorrisos quando por trás se
chora, expansividade escondendo uma menina reservada. Isabella esconde
mistérios no olhar! Tantos mistérios porque prefere lidar com os problemas de
uma forma que ninguém consiga perceber que eles existem. “Eu acabo fazendo com
que as pessoas não entrem no que eu sou de verdade”. Garota do bem, faz o
possível para não se dar mal com quem está ao seu redor. Muitos podem pensar
que nada a abala, mas na verdade ela é frágil. “Por dentro sou uma menina que
adora chorar, que odeia ficar sozinha”.
A mais nova de três irmãos, teve
a sua irmã do meio e o irmão mais velho como mãe e pai. A caçula era a bonequinha
da família, muito mimada e ‘judiada’. “Eles brincavam de cabo de guerra
comigo”. É com muito amor que fala da admiração, orgulho e a gratidão
que tem pelos dois irmãos. Julieta é seu exemplo de mulher que batalhou pelo
que queria. “Ela se formou pelos próprios méritos, sem ajuda de ninguém. Se
envolvia nos movimentos estudantis da faculdade e conquistou o seu sonho de se
formar em Biologia”. O irmão mais velho, Leonardo, é uma paixão que tem que ser
mantida á distância. “Ele foi morar em Londrina já faz um tempão, então a gente
não tem tanto contato, ele se casou e não consegue vir passar férias aqui. A
última vez que a gente se viu tem 3 anos”. Isabella me conta que morou por 12
anos na mesma casa que o irmão e que em umas férias ele foi para a cidade de
uns tios e nunca mais voltou. Sente falta do irmão que a colocava em baixo do
braço e a ajudava em todos os seus
problemas.
Isabella ainda pequena com o irmão Leonardo |
A relação com a mãe é boa, apesar
de algumas brigas. Com o pai é mais distante. “Eu e o meu pai brigamos muito, mais
do que o normal. Dos meus irmãos sou a mais afastada dele”. Os pais são
separados e por ser a mais nova não se relacionou tanto com ele.
Isabella entrou na faculdade de
jornalismo pensando em trabalhar com cinema, queria ser roteirista. Hoje já não
tem tanta convicção de que caminho quer seguir, mas sabe que está na área
certa. Sonha conhecer o mundo e para ela a profissão facilita. “Dá para
conhecer sem precisar largar tudo”. Se na profissão Isabella gostaria de criar
roteiros, quando pergunto sobre o que espera da vida ela me diz que não espera
nada concreto, que a vida é sem roteiro.
Nas horas livres gosta de dormir,
assistir séries, tem paixão por livros e gosta muito também de escrever, apesar
de ter um tempo que não faz isso. Como religião se considera espírita mas não é
praticante. “Nunca parei em um centro espírita para poder saber exatamente
aquilo que eu posso seguir, mas me considero dessa religião”. Revela que não
gosta dos princípios da igreja católica e que não foi batizada.
Como amuleto, traz sempre no
corpo um olho grego. “Meu pai
teve uma namorada que trouxe da Grécia uma santa para ele com um olho grego
pendurado e eu achei muito interessante. Pesquisei na internet e comecei a
usar. Já tive vários olhos gregos e resolvi tatuar no corpo para ver se não
quebra mais”.
Quando o assunto é a cidade em que mora, diz que é
desorganizada, com muito engarrafamento, poluição e que está muito mal cuidada.
Apesar de enumerar tantos defeitos confessa que por mais que conheça lugares
maravilhosos não consegue deixar essa cidade. “Salvador não sai de você. É que
nem filho, mãe, irmão, por pior que seja você pode falar mal mas os outros não
podem”.
Na política conta que cresceu com o avô falando mal de
ACM, mas que o ‘abusava’ se dizendo ‘ser ACM’. Diz não se considerar contra o
PT, mas afirma que não concorda com o que o partido é hoje, culpa o
ex-presidente Lula por isso. “Depois que Lula entrou no poder, eles passaram de
nossos aliados para a corja. Com o PT no poder a gente pode ver que todo mundo
que se envolve com a política é a mesma coisa, que eles não eram diferentes. É
a mesma coisa se a gente colocar o Partido Verde, qualquer um deles o poder
sobe para a cabeça”. Hoje a sua preferência é pelo atual prefeito de Salvador,
ACM Neto. “ Eu gosto muito de ACM Neto porque ele nasceu para ser muito mais
que um prefeito, um governador, o sonho do avô dele era que o filho fosse um
grande político mas ele acabou morrendo cedo e ele programou ‘ACMinho’ para ser
até o presidente do país. Então ele tem ótimos ideais e assim como o avô ele
ama a cidade, é como se Salvador fosse dele, é como ACM dizia Salvador é minha".
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