quinta-feira, 23 de maio de 2013

“Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é” – Caetano Veloso




Por Maria Clara Lauton


Isabella Pallos Pinto
Sorrisos quando por trás se chora, expansividade escondendo uma menina reservada. Isabella esconde mistérios no olhar! Tantos mistérios porque prefere lidar com os problemas de uma forma que ninguém consiga perceber que eles existem. “Eu acabo fazendo com que as pessoas não entrem no que eu sou de verdade”. Garota do bem, faz o possível para não se dar mal com quem está ao seu redor. Muitos podem pensar que nada a abala, mas na verdade ela é frágil. “Por dentro sou uma menina que adora chorar, que odeia ficar sozinha”.

A mais nova de três irmãos, teve a sua irmã do meio e o irmão mais velho como mãe e pai. A caçula era a bonequinha da família, muito mimada e ‘judiada’. “Eles brincavam de cabo de guerra comigo”. É com muito amor que fala da admiração, orgulho e a gratidão que tem pelos dois irmãos. Julieta é seu exemplo de mulher que batalhou pelo que queria. “Ela se formou pelos próprios méritos, sem ajuda de ninguém. Se envolvia nos movimentos estudantis da faculdade e conquistou o seu sonho de se formar em Biologia”. O irmão mais velho, Leonardo, é uma paixão que tem que ser mantida á distância. “Ele foi morar em Londrina já faz um tempão, então a gente não tem tanto contato, ele se casou e não consegue vir passar férias aqui. A última vez que a gente se viu tem 3 anos”. Isabella me conta que morou por 12 anos na mesma casa que o irmão e que em umas férias ele foi para a cidade de uns tios e nunca mais voltou. Sente falta do irmão que a colocava em baixo do braço e  a ajudava em todos os seus problemas.
Isabella ainda pequena com o irmão Leonardo

A relação com a mãe é boa, apesar de algumas brigas. Com o pai é mais distante. “Eu e o meu pai brigamos muito, mais do que o normal. Dos meus irmãos sou a mais afastada dele”. Os pais são separados e por ser a mais nova não se relacionou tanto com ele.

Isabella entrou na faculdade de jornalismo pensando em trabalhar com cinema, queria ser roteirista. Hoje já não tem tanta convicção de que caminho quer seguir, mas sabe que está na área certa. Sonha conhecer o mundo e para ela a profissão facilita. “Dá para conhecer sem precisar largar tudo”. Se na profissão Isabella gostaria de criar roteiros, quando pergunto sobre o que espera da vida ela me diz que não espera nada concreto, que a vida é sem roteiro.

Nas horas livres gosta de dormir, assistir séries, tem paixão por livros e gosta muito também de escrever, apesar de ter um tempo que não faz isso. Como religião se considera espírita mas não é praticante. “Nunca parei em um centro espírita para poder saber exatamente aquilo que eu posso seguir, mas me considero dessa religião”. Revela que não gosta dos princípios da igreja católica e  que não foi batizada.
Como amuleto, traz sempre no corpo um olho grego. “Meu pai teve uma namorada que trouxe da Grécia uma santa para ele com um olho grego pendurado e eu achei muito interessante. Pesquisei na internet e comecei a usar. Já tive vários olhos gregos e resolvi tatuar no corpo para ver se não quebra mais”.

Quando o assunto é a cidade em que mora, diz que é desorganizada, com muito engarrafamento, poluição e que está muito mal cuidada. Apesar de enumerar tantos defeitos confessa que por mais que conheça lugares maravilhosos não consegue deixar essa cidade. “Salvador não sai de você. É que nem filho, mãe, irmão, por pior que seja você pode falar mal mas os outros não podem”.

Na política conta que cresceu com o avô falando mal de ACM, mas que o ‘abusava’ se dizendo ‘ser ACM’. Diz não se considerar contra o PT, mas afirma que não concorda com o que o partido é hoje, culpa o ex-presidente Lula por isso. “Depois que Lula entrou no poder, eles passaram de nossos aliados para a corja. Com o PT no poder a gente pode ver que todo mundo que se envolve com a política é a mesma coisa, que eles não eram diferentes. É a mesma coisa se a gente colocar o Partido Verde, qualquer um deles o poder sobe para a cabeça”. Hoje a sua preferência é pelo atual prefeito de Salvador, ACM Neto. “ Eu gosto muito de ACM Neto porque ele nasceu para ser muito mais que um prefeito, um governador, o sonho do avô dele era que o filho fosse um grande político mas ele acabou morrendo cedo e ele programou ‘ACMinho’ para ser até o presidente do país. Então ele tem ótimos ideais e assim como o avô ele ama a cidade, é como se Salvador fosse dele, é como ACM dizia Salvador é minha".

Nenhum comentário:

Postar um comentário