quinta-feira, 13 de junho de 2013

Eu, eu mesmo e o trânsito

Por Laís Nogueira


O crescimento do número de carros em Salvador e a falta de estrutura para comportar a quantidade de veículos preocupa e traz diariamente insatisfação para os moradores da capital baiana. As reclamações vem não só de motoristas, mas também de pedestres, que se queixam da falta de educação e bom senso dos condutores. O egoísmo predomina nas vias da cidade, e além do estresse põe em risco a vida de todos. 

A Transalvador (responsável pela administração e fiscalização do trânsito na capital) vem trabalhando sistematicamente para promover a Educação no Trânsito. Entre as ações promovidas pelo órgão estão:  

- Operação Volta às Aulas: Equipes da Transalvador aproveitam o início do ano letivo para orientar pais e alunos para direção segura nas áreas escolares, considerados pólos geradores de tráfego. 

- Campanha para o controle de alcoolemia/ Blitze Lei Seca – Uma parceria entre as gerências de Educação e de Fiscalização da Transalvador, para a realização de ações educativas e punitivas contra a associação de bebida e direção acontece sistematicamente desde o início do ano, com Operação Especial no Carnaval. 

- Ciclos de palestras – A Transalvador vai às unidades de ensino dar orientação sobre comportamento no Trânsito, atendendo desde o Ensino Fundamental até o Ensino Superior. Este ano, já atendemos a mais de 30 unidades educacionais entre elas a Faculdade Visconde de Cairu. Em junho, estaremos na Unijorge. 

- Cidade Portinho - Em ação compartilhada com a iniciativa privada, o órgão realiza o evento Cidade Portinho, no qual 480 crianças trafegam de bicicleta por uma cidade cenográfica com todos os elementos reais de sinalização de trânsito. 

- Formação de condutores – nesta ação são promovidas orientações para condutores profissionais de motocicletas, motociclistas e agentes de trânsito, em curso de pilotagem avançada, oferecido pela Honda.

- Formação de servidores – realiza atualmente pós-graduação em gestão de trânsito e transporte, para preparar profissionais que possam contribuir com projetos de mobilidade, acessibilidade, segurança e fluidez que já ocorrem, além dos projetos futuros que vão impactar diretamente na qualidade de vida da população no trânsito.


- Vida no Trânsito - a Prefeitura Municipal de Salvador aderiu ao projeto Vida no Trânsito, do Governo Federal, um pacto de segurança viária que segue os indicadores sugeridos pelo Ministério das Cidades pela Organização Mundial de Saúde e pela Organização das Nações Unidas. A Transalvador vai trabalhar articuladamente com as secretarias de Educação Municipal e Estadual para que possam ser promovidas políticas públicas de redução de acidente de trânsito, visando a mudança de comportamento no trânsito.

Segundo a Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador), entre janeiro e março de 2013, foram geradas 6.873 multas. Ainda existem 22.273 infrações notificadas que estão tramitando, podendo virar multas também. Os dois valores somados resultam em 29.146 infrações ocorridas no período. No ano passado, a Transalvador registrou 381.861 infrações, das quais 341.469 viram multas de fato. No ranking de infrações do órgão em primeiro lugar está o excesso de velocidade, em segundo estacionamento irregular, em terceiro o avanço de sinal vermelho, em quarto o uso de celular, em quinto e último lugar a falta de uso do cinto de segurança.

Dos motoristas mais experientes aos mais jovens, todos concordam que falta educação no trânsito, o que gera estresse para todos.

Ivana Lúcia, 50 anos, explica sob seu ponto de vista o que torna o trânsito mais complicado: “Bom algumas razões, entre elas a falta de planejamento urbano da cidade, pensando de uma forma ampla e a falta de respeito dos usuários nas vias da cidade. Falta educação, bom senso e falta de planejamento pessoal mesmo. Para mim, morar longe do local de trabalho também dificulta o trânsito”. 
Sobre as medidas que podem ser tomadas, Ivana sugere: “Eu acho que pode ser feita uma campanha educativa para a população, para os motoristas, intensificar algum tipo de ação específica para os novos motoristas aliada à fiscalização. Campanha só não vai resolver”
Quando perguntada sobre as campanhas e ações da transalvador, ela afirma: “Olha, infelizmente não conheço nenhuma. Estou querendo conhecer inclusive. Se existem, estão muito tímidas e não estão surtindo efeito para a população. Precisam fazer um trabalho mais produtivo de marketing da campanha porque eu, por exemplo, nunca ouvi falar.”

“Eu acho caótico, super estressante e desestimulante para quem mora na cidade.” 


A estudante de medicina Juliana Casqueiro, 20 anos, com sinceridade, completa:

Bem, acho o trânsito de Salvador um caos. Pessoas mal educadas, agressivas e inábeis definem a loucura do tráfego soteropolitano.”


“O problema dos engarrafamentos talvez seja o que mais me prejudica e o que mais complica o trânsito, já que
é nesses momentos que encontramos mais pessoas apressadas inconsequentes... Os engarrafamentos não mais têm hora para começar e acabar: não se limitam à hora do rush e pessoas como eu, que moram longe do centro da cidade, muitas vezes têm que sair duas horas antes do horário marcado para que consigam chegar a tempo. Já presenciei muitas situações desagradáveis no trânsito: tanto comigo - pessoas negando passagem, ultrapassando pela direita ou ate mesmo aumentando a velocidade quando vêem que necessito mudar de faixa- quanto com outros motoristas. 
Acho que não há muito o que se fazer em relação ao trânsito: talvez o melhor seja sair com o máximo de antecedência possível e tentar adequar os compromissos para horários de menor fluxo.”

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