Levando o Transito para as Escolas
Os baianos estão acordando cada vez mais cedo para
irem trabalhar. O motivo? O trânsito de Salvador. Afinal de contas, encarar diversas
horas no trânsito não está fácil para ninguém. Principalmente, para aqueles que
dependem do transporte público para se deslocarem pela cidade.
Acordar
mais cedo do que o habitual, já se tornou uma rotina na vida dos soteropolitanos,
especialmente, para aqueles que pretendem chegar no horário em suas respectivas
atividades cotidianas. E, até os mais esforçados e pontuais, não conseguem
atingir esta meta devido ao trânsito na capital.
Atrelado
a este fator, existe a violência gerada dentro deste contexto urbano. Atualmente,
é bastante visível a impaciência, a falta de respeito e a agressividade, tanto física
quanto verbal, com que as pessoas se relacionam no trânsito. E, o pior de tudo,
é que esta violência é vivenciada diariamente por motoristas e pedestres.
EPTRAN
Foto EPTRAN |
Foto EPTRAN |
Foto EPTRAN |
Para
amenizar este problema o EPTRAN (Escola Pública de Trânsito) criou diversos projetos
que tratam sobre a educação no trânsito. O objetivo principal consiste em ensinar
pessoas de baixa renda como dirigir de forma consciente e mais humana. A escola
atende desde crianças da pré-escola, até adultos que não tiveram a oportunidade
de aprender sobre as leis de trânsito, direção defensiva e técnicas de
primeiros socorros.
O
projeto se define por campanhas de conscientização (panfletagem), palestras,
oficinas e pelas aulas realizadas dentro do próprio DETRAN-BA (Departamento
Estadual de Trânsito da Bahia), dividindo-se em aulas teóricas e
posteriormente, aulas práticas com os carrinhos na Mini pista. Também há a
Unidade Móvel (ônibus) que se desloca para outros municípios, contendo uma
maquete da cidade com carrinhos eletrônicos, no qual as crianças aprendem sobre
as leis de trânsito, brincando e se divertindo.
Na visão da
pedagoga Lise da Silva Gomes, 58 anos, um dos principais motivos que contribui
para a ocorrência de acidentes é a falta de atenção no trânsito. E atribui este
fator a 50% dos casos. Portanto, nas palavras de Lise, “se faz obrigatório uma
coordenação educativa nas grandes metrópoles, como a EPTRAN, para fazer
comandos educativos”.
Foto Bruna |
Foto Bruna |
Foto Bruna |
Auto-escola União
Foto Bruna Laiane de Jesus e Acaite da Silva |
Assim
como a EPTRAN, o Centro de Formação de Condutores (ou auto-escola) União,
também possui a finalidade de formar motoristas mais preparados para lidar com
o trânsito, especialmente, o de Salvador. “A missão justamente da auto-escola
União é formar e atualizar condutores conscientes e comprometidos com a direção
defensiva em prol de um trânsito seguro. Então, o foco é este. O que o aluno aprendeu
aqui, ele possa levar para a realidade lá fora de uma forma mais consciente”,
assim disse Laiane de Jesus, 26 anos, diretora
de ensino da Auto-escola União.
Após quase 15 anos de profissão, Acaite da Silva
Costa, 46 anos, professor teórico da auto-escola União, acredita que muitas
mudanças ainda devem ser feitas no setor de trânsito, a começar por maiores
cargas horárias de ensino das auto-escolas, pois o atual não é suficiente para
qualificar e avaliar as habilidades condutoras de uma pessoa. De acordo com o professor, “no que diz respeito
ao curso teórico, precisa haver uma carga horária ainda maior. Mas, para quem tinha
30 horas para ministrar o conteúdo x e, agora, tem 45 horas aulas para ministrar
praticamente quase que o mesmo conteúdo, o que se acrescentou foi mínimo em
relação ao que já se tinha previsto em lei”.
Foto Bruna |
"Eu acho bem importante a gente aprender sobre as leis de transito, de como se prevenir contra acidentes e o que a gente pode e nao pode fazer no transito" (Sezar Scharamm, 18 anos, estudante de engenharia da Unijorge).
Foto Bruna |
"Cursar a auto-escola e importante, mas nem todos poem em pratica." (Gilvana Nascimento dos Santos, 26 anos, sub-gerente).
Família
Por
ser a unidade base da sociedade, a família possui uma responsabilidade muito
grande, quer na formação de cidadãos mais conscientes no trânsito, quer nos
diversos setores sociais em geral.
Apesar de possuir um filho que ainda não é habilitado,
a secretária do lar, Jacineide Lima dos Santos, 43 anos, se
preocupa toda vez que ele vai para a rua. “O pedestre anda junto com os carros,
praticamente na pista. As pessoas não dão mais espaço para a gente. Eles não estão
respeitando mais o pedestre”.
A educação familiar, voltada para as reflexões de
trânsito, deve ser dada ainda quando os filhos são pequenos, pois eles
assimilam o conteúdo de forma mais rápida. Portanto, os pais devem se preocupar
sempre em dar bons exemplos, para que os filhos não aprendam ações erradas e
distorcidas sobre como se comportar no trânsito.
“São as crianças que mais assimilam comportamentos, que
quando elas chegam às aulas da auto-escola, elas ficam pasmas quando a gente mostra
o contraste que é o que ela viu até então, e, até acreditava ser certo em
relação ao que, de fato, é errado, e o que se diz no código” (Acaite da Silva
Costa).
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