A
estátua de bronze, construída em memória ao poeta Castro Alves,
está protegida, cercada com grades e trancada com um cadeado. Ainda
assim, na placa de mármore, uma frase: “A Bahia de Castro Alves”
com uma mancha preta. Bahia esta que o poeta não gostaria de ver.
No
bairro do Rio Vermelho, a escultura criada pelo artista
plástico Tati Moreno, para prestar uma homenagem ao centenário
de nascimento do escritor baiano Jorge Amado, comemorado em 2012, já
estava com marcas de vandalismo pouco tempo depois da sua
inauguração. Mesmo restaurada ainda estão visíveis os arranhões.
Valmir
Junior mora no bairro do Rio Vermelho há 11 anos e afirma: “Salvador
precisa de um olhar mais cuidadoso dos seus habitantes, para
preservar a nossa história. Para mim, falta educação e
consciência.” E completa “as vezes a impressão que dá é de
que os monumentos, esculturas e elementos tradicionais da nossa
cultura precisam estar cercados, enjaulados, separados por uma
barreira física da população, para que sejam respeitados.”
Luana
Almeida, jornalista de 26 anos, acrescenta: "Falta educação e
cuidado, tanto da população quanto da prefeitura. Se houvesse um
trabalho de conscientização talvez as pessoas percebessem o valor
cultural desses elementos. Muitas vezes as pessoas não sabem nem o
que está representado, o que acaba contribuindo com a falta de
respeito."
"Normalmente os turistas dão mais valor à nossa cultura do que os próprios moradores da cidade" Luana
Segundo a Fundação Gregório de Matos, órgão da prefeitura com a responsabilidade de coordenar a vistoria e manutenção destes locais, o município de Salvador possui 171 monumentos, que contam a história da cidade, do Estado da Bahia e do Brasil. O acervo é composto de 33 Bustos, 07 Chafarizes, 08 Efígies/Medalhões, 26 Esculturas, 21 Estátuas, 20 Fontes naturais, 06 Fontes Luminosas, 07 Hermas, 04 Memoriais, 14 Marcos e painéis, 07 Painéis de fechamento, 11 Monumentos, 04 Oratórios e 03 Mausoléus.
Infelizmente
atos de vandalismo são muito freqüentes e estão entre as
principais causas da degradação dos monumentos públicos de
Salvador. Embora a fundação não tenha conhecimento de
registros de furtos ou mutilações de monumentos entre os anos de
2012 e 2013, pichações, colagens, queima de materiais por uso de
fogo, arremesso de objetos, entre outros, são atentados constantes
ao acervo histórico e artístico de Salvador.
Abaixo podemos ver mais alguns exemplos de descaso com o patrimônio cultural da cidade:
A
estátua de bronze, foi uma homenagem ao poeta Vinícius de Moraes,
construída representando o tamanho natural do poeta, sentado,
enquanto admira a vista de itapuã procurando uma inspiração para
os seus poemas. E na placa, as marcas da degradação.
Escultura bastante enferrujada no bairro do Rio Vermelho
Monumento
no bairro do Rio Vermelho sem referências sobre o artista ou
qualquer outra informação sobre a obra. A placa está enferrujada e
com as palavras completamente apagadas.
Para quem se interessar em saber mais sobre o tema http://www.culturafgm.salvador.ba.gov.br/
Laís Nogueira
Bela matéria Laís, bj.
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