terça-feira, 19 de março de 2013

Magrelas invadem a cidade


A vida que levamos hoje, muito mais moderna, faz com que milhares de pessoas sejam levadas aos centros urbanos, o que tem causado uma superlotação nos transportes públicos. Os automóveis que estão custando cada vez menos e com maiores chances de financiamento, se acumulam aos problemas das grandes metrópoles atualmente. Essa grande massa de veículos circulando pela cidade leva não só congestionamentos e acidentes, como poluição, tanto no ar quanto sonora. Essa questão, entre tantas outras, trouxe uma preocupação que cresce cada vez mais com o desenvolvimento sustentável, ou seja, é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.


Biciletada Salvador Massa Crítica
Aqui em Salvador existe um projeto que começou há mais de três anos, seguindo a tendência mundial de trocar veículos automotivos por veículos de energia limpa, o Bicicletada Salvador Massa Crítica chegou a Salvador em março de 2010. O evento que acontece fortemente nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. Como de costume, na última sexta-feira do mês os ciclistas se reúnem como forma de alertar a população sobre a presença dos ciclistas no trânsito. Em Salvador, em torno de 50 pedaleiros se juntam, sempre na última sexta-feira do mês no bairro do Rio Vermelho, para protestar pacificamente que o uso da bicicleta seja aderido pelas pessoas como transporte individual.  O analista em tecnologia e membro do Coletivo Mobicidade, Rafael Brito, que é totalmente adepto ao uso das magrelas, conta que sua maior dificuldade em transitar pela cidade é a falta de arborização, “Salvador não é uma cidade que nasceu quente como vemos hoje, o excesso de carro e a falta de um plano de arborização descente faz com que nossa cidade vire um grande forno em determinados meses do ano, mas não é uma dificuldade intransponível, assim como a maioria das que temos na vida”, disse.

Pablo Florentino, outro participante assíduo do evento, conta que o maior objetivo é mostrar que ainda é possível termos uma cidade mais humana, mais verde, mais saudável, com mais pessoas nas ruas e fora do carro, fazendo com que se tenha um maior contanto com a própria cidade, percebendo intervenções urbanas com maior detalhe, criando uma relação maior com a cidade e impedindo qualquer obstáculo físico entre o pedaleiro e cidade.

Outro grupo que adotou o transporte ecologicamente mais sustentável do planeta, de acordo com a ONU, foram os Amigos de Bike, criada em 2005. O maior objetivo do grupo é fazer com que a bicicleta se torne o instrumento de lazer, de transporte, e que com o crescimento seja propiciada a boa forma, melhorando assim a saúde, tanto física quanto mental, contribuindo com a integração entre amigos e futuros amigos, independente da classe social, econômica, racial, além de reforçar a não poluição do meio ambiente. O grupo tem entre suas atividades ciclísticas: os Pedais Urbanos – Passeio Diurno do pedal da ASBEB – Associação dos Bicicleteiros do Estado da Bahia – que acontece uma vez por mês, geralmente no primeiro domingo de cada mês, com encontros no Dique do Tororó, para participar é só doar 1 KG de alimento não perecível. O passeio é de ritmo leve, indicado para pessoas de qualquer idade, inclusive crianças devidamente acompanhadas pelo responsável; O Pedal da Lua Cheia – acontece sempre no Parque de Pituaçu, no sábado mais próximo da lua cheia. O passeio se torna especial devido ao momento em que os pedaleiros terão para apreciar a noite dentro de um paraíso ecológico, conhecendo um dos raros parques ecológicos brasileiros situados em área urbana. Nesse mês de março, o encontro será no dia 30, com a concentração ás 20:30h e saída ás 21h, no Estacionamento do Parque de Pituaçu. O grupo também organiza trilhas e viagens cicloturistas, que já passaram por Feira de Santana, Cruz das Almas, Praia do Forte, Santo Antônio de Jesus, entre outros. Todos os eventos são acompanhados pela Polícia, juntamente com enfermeiros e carro de apoio.

Esses grupos estão se tornando cada vez mais fortes na capital.  Além do esporte, interação com a cidade e o bem- estar de quem pratica, eles vem com um lado de movimento político bem intenso, uma vez que a proposta é mostrar que a bicicleta é o meio de transporte mais eficiente para trajetos médios nas grandes cidades. É preciso ter e manter a consciência de que o “ecologicamente correto” é melhor alternativa para o planeta, e ter um transporte de baixo custo e que é mais sustentável, de pequenos impactos ao ambiente, pelo porte da infra-estrutura necessária á circulação e ao estacionamento, que tem pouco espaço na demanda brasileira, pela ausência de ruídos e de não ter emissão de gases poluentes, faz com que sejam acarretadas inúmeras mudanças positivas para a cidade.

por Tainara Ferreira

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